Caso Celso Daniel e Toninho do PT
assassinatos
09/09/2013 19h20 - Atualizado em 10/09/2013 07h31
Governo federal nega ajuda da PF na apuração da morte de Toninho do PT
Com negativa, família vai denunciar estado brasileiro a órgão internacional.
Prefeito de Campinas foi assassinado em 2001 e autor é desconhecido.

Campinas (Foto: Reprodução / Arquivo EPTV)
Oito meses depois de assumir a Prefeitura pelo Partido dos Trabalhadores, o prefeito foi assassinado a tiros, quando seguia de carro para a casa onde morava. A família acredita tratar-se de um crime político, a mando do crime organizado. O traficante e sequestrador Wanderson Nilton de Paula Lima, o Andinho, chegou a ser acusado formalmente pelo crime, mas a Justiça entendeu que não havia indícios que o incriminassem e determinou a Polícia Civil retomasse as investigações em 2011.
“Para nós, quando a Advocacia Geral da União nega a participação da PF no caso, ela mostra um estado brasileiro omisso", disparou o representante legal da família. A denúncia ao órgão internacional deve ser protocolada até o fim desta semana, segundo o defensor, que explica que os argumentos da família para o pedido de federalização do crime serão apresentados a uma comissão da OEA, que pode ou não aceitar a denúncia. Caso a denúncia seja acatada, será gerado um processo contra o estado brasileiro, mas a organização não tem poder de obrigar o Brasil a inserir a Polícia Federal no caso.
A família de Toninho tenta desde 2011 a intervenção da PF nas investigações, alegando a falta de estrutura da Polícia Civil de São Paulo que, segundo Ceschi, nunca investigou o assassinato como um crime de mando. "O Toninho foi um político que contrariou interesses, então, isso não é contra ele, é contra todo agente público que trabalha nesta linha. Essa manifestação cria um retrocesso social muito grande”, disse o advogado.

Toninho do PT (Foto: Reprodução / EPTV)
A viúva de Toninho, a psicóloga Roseana Garcia, classificou como um "descaso total" a postura do Ministério da Justiça. Com a voz abatida, ela disse por telefone que se sente decepcionada com a negativa dada para aquela que era a última alternativa, na visão da família, para garantir uma investigação de qualidade para o caso. "Essa não é uma derrota só nossa, mas da democracia. Como eu posso acreditar em uma democracia em que um homem eleito pelo povo é assassinato e o estado se posiciona totalmente omisso?", falou.
Presidência silencia
O G1 entrou em contato com o Ministério da Justiça que até a publicação desta matéria não havia respondido à solicitação. A reportagem contatou, ainda, a assessoria da presidente, Dilma Rousseff, que é copartidária do ex-prefeito, mas a equipe informou que a Presidência não vai se manifestar.
Atos públicos
Para lembrar os 12 anos da morte do prefeito, a família organizou três atos públicos nesta terça-feira. Às 16h, familiares e amigos farão uma oração no local onde o crime aconteceu, na Avendia Mackenzie, próximo ao Shopping Iguatemi. Em seguida, às 17h30, haverá um protesto na Praça da Catedral Metropolitana com o tema “Doze anos de omissão e impunidade em um crime político”. À noite, às 19h, será o lançamento da exposição fotográfica “O arquiteto do povo e o operário da fotografia” em homenagem ao ex-prefeito e ao fotógrafo João Zinclar.

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